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11 janeiro 2021
09:12
Redação

Quem são os candidatos à Presidência da República?

Quem são os candidatos à Presidência da República?
Seguindo a ordem no boletim de voto, eis os candidatos às eleições presidenciais de 24 de janeiro.

 

Marisa Isabel dos Santos Matias, casada, nasceu em Coimbra há 44 anos. É socióloga de formação e eurodeputada de profissão, eleita pela Bloco de Esquerda (BE), partido em que é uma das dirigentes.

Corre ao Palácio de Belém pela segunda vez, tendo ficado em terceiro lugar há cinco anos.

Volta, agora, com a promessa de fazer ?campanha contra o medo?. Marisa Matias apresentou-se como alguém que vê Portugal "aflito", mergulhado numa crise que começou antes da pandemia. Em tempos de combate à covid-19 gostava de ver o Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais robusto, com mais médicos, e mais estável para quem nele trabalha. E, para isso, pede uma união partidária à esquerda na Assembleia da República. Aceita que privados ajudem o SNS mas sem relações de negócio promíscuas. Quer que o Estado pague o ?preço de custo? ao recorrer à saúde privada.

Marisa Matias defende uma economia mais justa e transparente, criadora de emprego e de melhores salários. Gostava que o Estado desse mais proteção social a quem necessita.

Promete combater a corrupção e discriminação.

Se chegar a Presidente da República compromete-se a contribuir para a estabilidade política.

Apesar do BE ter votado contra o Orçamento de Estado para 2021, Marisa Matias vê espaço para o partido negociar com o governo, e acredita que o executivo de António Costa deve durar até o final do mandato, em 2023.

Depois, caso esteja è frente do país e o Chega possa ingressar um governo, Marisa Matias garante que não lhe dará posse.

 

 


Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa, divorciado e pai de dois filhos, nasceu em Celorico de Basto há 72 anos.

É Presidente da República, eleito em março de 2016, à primeira volta.

Antes, teve uma longa carreira como professor de direito, político, e comentador. Foi deputado na Assembleia Constituinte (1975-1976), Ministro dos Assuntos Parlamentares (1984-1984), líder da oposição na Câmara Municipal de Lisboa (1990-1993), e líder do PSD (1996-1999). Esteve na fundação do Expresso e do Semanário. Juntou os mundos da política e dos media ao comentar política e políticos na imprensa, rádio, e televisão, ao longo de décadas.

Marcelo Rebelo de Sousa tenta, agora, o segundo mandato no Palácio de Belém, com o apoio do PSD, CDS-PP, e de parte do PS, embora não de forma oficial.

Mais do que fazer promessas eleitorais, entra na campanha a defender o legado que deixou nos últimos anos. Rejeita críticas de ser demasiado próximo do governo, lembrando que, exlcuindo Ramalho Eanes, foi ele quem mais vetos impôs. Por outro lado, reconhece que é preciso evitar crises políticas a todo o custo, independentemente do elenco governativo. E esse propósito, daria posse a um governo em que estivesse um partido de extrema-direita se fosse essa a vontade expressa em eleiçõe democráticas.

Evitando crises políticas não deixou de aprovar o Orçamento de Estado, apesar de lhe apontar uma crítica: lamenta a falta de apoios sociais e medidas para criar empregos, destruidos pela pandemia. Vê o Serviço Nacional de Saúde como insubstítuivel e defende uma relação com o setor privado de saúde que não seja totalmente aberta nem proibida.

Convictamente católico, mantém o tabu sobre se promulga a eutanásia. Marcelo Rebelo de Sousa diz-se indiferente à popularidade, apesar das selfies com os portugueses serem incontáveis. Vê-se como um político da "direita social".

 

 


Tiago Pedro de Sousa Mayan Gonçalves nasceu no Porto há 43 anos. É advogado, amante do mar e de vela. Foi militante do PSD. Ajudou Rui Moreira a chegar à Câmara Municipal do Porto.

Em 2017 foi um dos fundadores da Iniciativa Liberal, para complementar parte espectro político que não estava representado em Portugal.

Queixa-se de décadas de "governação socialista", em que os portugueses se tornaram cada vez mais dependentes do Estado. Tiago Mayan defende que o cidadão é que deve ser soberano, "para viver a vida como achar melhor". E, por isso, contesta as restrições à circulação de pessoas e, no geral, os estados de emergência que têm sido decretados devido à pandemia.

Tiago Mayan quer menos Estado a resolver problema do país. Não compreende, por exemplo, porque há-de entrar dinheiro público na TAP. Diz-se contra "teias de interesses, clientelismo, portas giratórias", e contesta o controlo do governo sobre tudo e sobre todos. Ainda assim, admite que gostava de ver mais apoios estatais às pequenas empresas, como cafés e restaurantes, afetados pela crise pandémica. E tem pena que os hospitais privados não tenham oportunidade para ajudar mais no combate à covid-19.

O candidato presidencial Tiago Mayan garante que viabilizaria um governo escolhido pelos portugueses, dando posse a um eventual executivo com o Chega. No entanto, diz que "estaria muito atento ao menor atropelo aos direitos e garantias de todos os que vivem em Portugal". 
 

 

 


André Claro Amaral Ventura tem 37 anos e é casado. Cresceu em Algueirão-Mem Martins, no concelho de Sintra. Aos 14 anos decidiu, por livre iniciativa, ser batizado e, mais tarde, almejou ser padre. Desistiria do seminário ao apaixonar-se. Mas continua a indentificar-se como católico, tendo João Paulo II como referência de vida.

André Ventura defende a prisão perpétua. Foi professor de direito e assinou vários livros sobre o tema. Foi comentador de futebol na televisão e também escreveu um livro sobre a temática, a meias com a taróloga Maya: "50 razões para mudar para o Sport Lisboa e Benfica".

André Ventura esteve quase 18 anos no PSD, pelo qual chegou a vereador no Município de Loures. Chegou a correr à liderança dos sociais democratas. Saiu do PSD em 2018 e fundou o Chega um ano depois, partido que preside e que, garante, regulamente, não ser de extrema-direita.

André Ventura diz-se anti-regime. Se for eleito não se considerará Presidente de todos os portugueses. Exlui criminosos e suspeitos de crimes, quem sobrevive graças a subsídios, e a etnia cigana.

André Ventura critica o Estado por oferecer cuidados de saúde a refugiados quando há portugueses à espera de consultas médicas.

Não gosta da Constituição da República Portuguesa. Quer um regime presidencialista em Portugal, com um chefe de estado com podes reforçados.

Na Assembleia da República tentará reduzir o número de deputados. André Ventura considera-se liberal ao querer reduzir as funções do Estado. Diz-se anti-sistema. Viabilizou um governo regional nos Açores e, como líder do Chega, aceita um futuro governo democrático de coligação nacional com o PSD.

Se chegar a Presidente espera que os atuais ministros da Administração Interna, da Justiça, e da Saúde sejam demitidos ou, ameaça, será o primeiro-ministro a cair.

 

 


Vitorino Francisco da Rocha e Silva, casado e pai de uma filha, nasceu na freguesia de Rans, Penafiel, há 49 anos. Considera-se um homem do povo, o povo que o batizou de Tino de Rans. Profissionalmente apresenta-se como calceteiro, mas já foi autarca, cantor de música popular, e estrela de televisão em reality shows. Ia no segundo mandato como presidente da Junta de Freguesia de Rans, eleito pelo Partido Socialista, quando se celebrizou no 11º Congresso do PS, em 1999. Num discurso constantemente interrompido por gargalhadas e aplausos, revelou que o irmão foi o primeiro e reconhecer-lhe potencialidades políticas na noite da consoada de 1992 "enquanto comiam batatinhas regadas a azeite com bacalhau". "O Tino vai meter Rans no mapa", previu o irmão, ao que Vitorino Silva respondeu "Neca, por amor de Deus, o que eu quero é beber uns copos e dar chutos na bola, tudo menos fazer política". E, com todo o congresso a sorrir, abraçou António Guterres, então líder socialista e primeiro-ministro.

RIR acabou por ser o nome que escolheu para o seu partido depois de desvincular-se do PS, anos mais tarde.

Numa pausa da política gravou o album "Portugal... Portugal", que inclui temas como Fado Calceteiro, Tinomania, e Pão Pão Fiambre Fiambre. Apoiado pelo RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, foi candidato às eleições presidenciais há cinco anos, alcançando 152 mil votos.

Em 2021 apresenta-se como um "candidato da esquerda às direitas". Espera que os fundos europeus tenham aplicação prática na vida das pessoas, tem o combate à violência doméstica como grande causa, luta por uma sociedade mais solidária, defende os sistemas de saúde e de transportes e de educação públicos, bem como o convívio e respeito inter-geracional.

Quer a descentralização, e admite mudar o Palácio de Belém para Mogadouro, exemplifica. Vitorino Silva admite que vetaria um orçamento de estado no qual "o dinheiro fosse para os grandes? e não para o português comum.

Enquanto Presidente da República gostava de ser lembrado como "aquele que deixou o povo mimoso". 

 

 


João Manuel Peixoto Ferreira nasceu em Lisboa, e tem 42 anos. Biólogo de formação, trabalha em Lisboa como vereador e em Estrasburgo como eurodeputado. Membro do Comité Central do Partido Comunista Português, João Ferreira estreia-se em eleições presidenciais.

Compromete-se a não ser um Chefe de Estado comprometido com interesses de grupos económicos e financeiros. Lamenta que o capitalismo mercantilize tudo, incluindo "a saúde e a doença". As lutas contra o desemprego, a precariedade, os baixos salários e o desinvestimento em serviços públicos, temas caros aos comunistas, são bandeiras da corrida de João Ferreira ao Palácio de Belém. E considera que esses direitos estão a ser ainda mais violentados com a crise pandémica.

A jusante, salienta que o estado de emergência restringe o protesto e a luta dos trabalhadores. João Ferreira vê o Presidente da República como uma figura que deve usar a intervenção pública para influenciar o governo na defesa, por exemplo, dos professores. E tem no Chefe de Estado um defensor de ideias da Constituição da República que, diz, têm sido bloqueados: igualdade de género, direitos das crianças, de deficientes, e o direito à resistência a quem ofende os direitos dos trabalhadores.

O candidato presidencial, apoiado pelo PCP, reclama "volumes de investimento consideráveis" no Serviço Nacional de Saúde, nas políticas de habitação e transportes, e espera que os fundos europeus aumentem a capacidade produtiva do país, para que não dependa tanto de importações nas áreas da agricultura, pescas, e indústria.

 

 


Ana Maria Rosa Martins Gomes, viúva, tem 66 anos. Foi jurista e eurodeputada, mas os portugueses conhecem-na, principalmente, pela carreira diplomática. Passou pelas Nações Unidas, pelas embaixadas em Londres e Tóquio, e foi chefe de missão e embaixadora em Jacarta, Indonésia, onde acompanhou o processo de independência de Timor-Leste.

Militante base do PS, não tem o apoio oficial do partido para estas eleições presidenciais. Mas conta com o voto expresso de notáveis socialistas, como Manuel Alegre e os governantes Pedro Nuno Santos e Duarte Cordeiro. PAN e o Livre dão-lhe apoio partidário.

Ana Gomes diz-se candidata pela transparência e independência, livre de compadrios, e sem medo de ir contra interesses instalados. Clara europeísta, defende reinvestimentos nos recursos próprios mas tem uma visão mais alargada do que Portugal: pretende reduzir a dependência do exterior da Europa. Defende "emprego decente, habitação, justiça social, equidade fiscal, um sistema judicial eficaz e equilíbrio ecológico". Rejeita negócios que se confundam com a política, e abomina interesses privados que se confundem com o interesse público, refere.

Ana Gomes promete lutar por uma sociedade portuguesa em que a ética republicana norteie governantes e governados. Considera urgente valorizar o trabalho em atividades ligadas às transições digital e energética. Defende o Serviço Nacional de Saúde mas aceita o recurso a privados, desde que não seja para fazer negócio.

Se chegar a Presidente da República, Ana Gomes promete solicitar a reapreciação da legalização do Chega por considerá-lo um partido "que tem o propósito de destruir a democracia".
 

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