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18 janeiro 2022
18:56
Redação / Agência Lusa

Promotor da petição recusa fim da ciclovia na Almirante Reis

Promotor da petição recusa fim da ciclovia na Almirante Reis
CCapela
Com quase três mil assinaturas, a petição tem o propósito de "discutir o futuro da Almirante Reis, para aumentar a qualidade de vida de quem vive, estuda ou trabalha nesta zona".

Um dos promotores da petição pela ciclovia na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, recusou hoje a possibilidade de acabar com esta infraestrutura de mobilidade ativa, inclusive o uso de bicicletas e trotinetes, ressalvando, no entanto, que pode ser melhorada.

"Se admitimos que deixasse de existir uma ciclovia na Almirante Reis? Não, eu acho que não admitimos. Nós também não pedimos o fim da circulação automóvel na Almirante Reis, nem da circulação pedonal", afirmou Miguel Pinto, um dos promotores da petição "Avenida Almirante Reis pela manutenção da ciclovia e um processo participado sobre o futuro".

No âmbito de uma audição na Comissão de Mobilidade, Transportes e Segurança da Assembleia Municipal de Lisboa, Miguel Pinto começou por dizer que vive numa rua paralela à Avenida Almirante Reis e que utiliza a bicicleta de forma regular desde a construção da ciclovia, mas também é automobilista e utente dos transportes públicos: "Consigo entender os argumentos das várias partes e não há aqui uma posição extremada, que muitas vezes existe essa acusação sobre quem anda de bicicleta".

Com quase três mil assinaturas, a petição tem o propósito de "discutir o futuro da Almirante Reis, para aumentar a qualidade de vida de quem vive, estuda ou trabalha nesta zona", referiu o promotor, realçando o papel da Assembleia Municipal de Lisboa nesta discussão.

"Essa ciclovia permite-nos perceber que é possível ter uma outra Almirante Reis e na verdade uma outra cidade também, onde as pessoas têm mais espaço", destacou o promotor da petição, realçando ainda a acalmia de tráfego e o combate às alterações climáticas.

Apresentando dados do centro de investigação do Instituto Superior Técnico (IST), produzidos para a Câmara de Lisboa, sobre o impacto desta ciclovia, entre maio de 2020 e maio de 2021, o peticionário indicou que o número médio de bicicletas e trotinetas a circular na Almirante Reis "triplicou, ou seja, a construção da infraestrutura gerou ou induziu a própria procura".

"Mesmo com a atual intervenção, os automóveis continuam a ter mais de 60% do espaço da Almirante Reis em exclusividade, apesar de a maior parte das pessoas que passam à superfície na Almirante Reis circular a pé", informou Miguel Pinto, acrescentando que as pessoas que circulam em cadeiras de rodas começaram a utilizar as ciclovias, pelo que a discussão também inclui a acessibilidade pedonal, assim como a sinistralidade.

Como próximos passos no processo de discussão, o promotor da petição propôs que seja solicitada à Câmara de Lisboa a disponibilização de documentos relevantes, inclusive o relatório do IST com contagens de tráfego nas ciclovias e o parecer do Regimento Sapadores Bombeiros sobre a circulação de veículos de emergência.

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