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27 janeiro 2022
17:05
Agência Lusa

Fenprof estima que haja 30 mil alunos sem as aulas todas

Fenprof estima que haja 30 mil alunos sem as aulas todas
LUSA
As contas foram feitas com base nos horários de docentes colocados a concurso para as escolas públicas.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou hoje que 30.000 alunos estejam sem as aulas todas, com base nos horários de docentes colocados a concurso para as escolas públicas.

"No privado, o problema é semelhante, contudo, é ocultado e, que se conheça, nem a Inspeção age, como era seu dever", afirmou em comunicado a estrutura sindical.

De acordo com a Fenprof, na quarta-feira, o número de horas em concurso de contratação de escola era de 5.802, sendo necessário "recuar a meados de outubro" para encontrar um número "mais elevado".

Isto sem ter em conta as situações de isolamento por covid-19, que "o Ministério da Educação continua a ocultar", escreve a federação, segundo a qual as horas em causa se distribuem por um total de 469 horários a concurso.

A Fenprof considerou que a Inspeção Geral da Educação e Ciência (IGEC) deveria atuar também ao nível do ensino privado, onde faltam igualmente professores.

A estrutura liderada por Mário Nogueira atribuiu ainda a falta de professores nas escolas, que se agravou neste final de mês, à falta de medidas e a um problema crónico, "desvalorizado por sucessivos governos".

"A resolução deste problema não passa por substituir docentes por robôs, mas por restituir atratividade a uma profissão que, na última década e meia, tem vindo a ser alvo de políticas que a têm desvalorizado e de campanhas levadas a efeito pelo poder político para que tal desvalorização também tenha lugar no plano social. Essas políticas levaram ao abandono da profissão de milhares de jovens já formados e à fuga, dos que terminam o ensino secundário, aos cursos de formação de docentes", lê-se no documento.

Após as eleições legislativas de domingo, a Fenprof tenciona entregar na Assembleia da República uma petição para exigir medidas que revalorizem a profissão docente e atraiam mais jovens para a formação inicial.

Ao futuro Governo, em particular à nova equipa ministerial, será entregue um abaixo-assinado com as mesmas exigências e propostas concretas para iniciar processos negociais.

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