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09 junho 2022
12:08
Redação

Pesadelos frequentes podem ser um sinal de Parkinson

Pesadelos frequentes podem ser um sinal de Parkinson
Pode ser um sintoma precoce de Parkinson.

De acordo com um novo estudo, o desenvolvimento de pesadelos numa fase mais tardia da vida pode ser um sinal precoce da doença de Parkinson. 

Sonhos angustiantes têm sido associados à doença neurológica, especialmente entre os homens, mas este é o primeiro estudo a investigar se esses sintomas são um aviso de Parkinson ou um subproduto da doença. No estudo, foram acompanhados 3,818 homens mais velhos com funcionamento cerebral típico durante 12 anos. Os investigadores descobriram que os que relataram pesadelos frequentes tinham duas vezes mais probabilidades de vir a desenvolver Parkinson. Os resultados sugerem que adultos mais velhos podem ser rastreados para Parkinson, perguntando-lhes sobre o conteúdo dos seus sonhos. Intervenções precoces podem ajudar a retardar o possível aparecimento de sintomas físicos, como tremores, rigidez e lentidão. 

Um dos maiores desafios nesta doença continua a ser o diagnóstico precoce uma vez que quando as pessoas descobrem que têm a doença, já perderam entre 60 e 80% dos neurónios libertadores de dopamina no tronco cerebral. 

O neurologista Abidemi Otaiku, da Universidade de Birmingham no Reino Unido explica que "embora possa ser realmente benéfico diagnosticar a doença de Parkinson precocemente, há muito poucos indicadores de risco e muitos deles exigem exames hospitalares caros". Salientando que "embora seja necessário realizar mais pesquisas nesta área, identificar o significado de pesadelo pode indicar que indivíduos que experienciam mudanças dos seus sonhos na velhice sem qualquer razão aparente devem procurar aconselhamento médico." 

Os resultados do estudo revelam que, os participantes com sonhos angustiantes frequentes são duas vezes mais propensos a desenvolver Parkinson nos 12 anos seguintes. Além disso, durante os primeiros quatro anos do estudo, ter pesadelos frequentes foi associado a um aumento de seis vezes o risco de desenvolver esta doença neurológica. Uma das hipóteses para este fenómeno é a alteração da atividade no córtex frontal, que regula a emoção durante o sono, à medida que o cérebro masculino envelhece.