Papa Francisco rejeita a possibilidade de renunciar ao cargo
O papa Francisco nega que esteja a planear renunciar ao cargo em breve e afasta os rumores de que tem cancro. Em entrevista à agência Reuters no Vaticano, o líder da Igrela Católica disse ainda que planeia visitar o Canadá durante o mês de julho e que a visita a Moscovo e a Kiev será agendada o mais rápido possível.
Os constantes problemas de saúde, sobretudo de mobilidade, fizeram com que aumentassem os rumores de que uma renúncia estaria para breve, e que estaria a ser planeada uma reunião com os cardeais para decidir a nova constituição do Vaticano.
Francisco agora com 85 anos afirmou que, caso a sua saúde o impeça de liderar a igreja, não decarta a possibilidade de substituição, mas "por enquanto não, por enquanto não. De verdade!".
A entrevista aconteceu no dia em que o Papa deveria ter viajado para a República Democrática do Congo e para o Sudão do Sul, mas a viagem teve de ser cancelada, uma decisão que lhe causou "muito sofrimento". Os médicos alertam que a viagem ao Canadá, prevista para 24 a 30 de julho, poderá também não acontecer se o Papa não fizer mais 20 dias de terapia e descansar o joelho direito.
O Sumo Pontífice negou também os rumores de que os médicos o tenham diagnosticado com cancro há cerca de um ano, altura em que foi submetido a uma operação de seis horas para remover parte do cólon por causa de diverticulite, uma condição comum em idosos. O papa afirmou que a operação "foi um grande sucesso" e que os médicos "não disseram nada" sobre o cancro, considerando os rumores como "conversa banal da corte".
Francisco mantém-se otimista com as viagens que se seguem, como é o caso das possíveis visitas a Moscovo e a Kiev. O Papa diz que têm existido contactos entre o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov. Lembrando que os sinais iniciais não foram positivos, até porque nenhum Papa visitou Moscovo, o Sumo Pontífice deu indícios de que a posição russa pode ter mudado, apesar de Francisco continuar a condenar a invasão da Ucrânia.
Sem ajudantes presentes, Francisco voltou ainda a condenar o aborto e disse respeitar a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos de anular a proteção do direito ao aborto, em vigor nos EUA desde 1973.