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07 fevereiro 2023
16:36
Redação / Agência Lusa

Saiba como pode ajudar as vítimas dos sismos na Turquia e Síria

Saiba como pode ajudar as vítimas dos sismos na Turquia e Síria
ASSOCIATED PRESS
Algumas organizações estão a mobilizar apoios para ajudar as vítimas no terreno.

Milhares de pessoas morreram e a Organização Mundial de Saúde estima que o número de pessoas afetadas pelos sismos na Turquia e Síria possa atingir os 23 milhões. Outros milhares ficaram sem nada, com vários edificios destruídos.

São já várias as organizações que estão a angariar apoios para ajudar as vítimas dos sismos de segunda-feira, 6 de fevereiro, tendo o mais forte atingido uma magnitude de 7.8 na escala de Richter.

A embaixada da Turquia em Lisboa partilhou um documento com uma lista de bens essenciais necessários para enviar para as zonas afetadas pelo sismo.

Roupa de inverno, caixas de comida, leite, produtos de higiene ou fraldas estão entre os produtos pedidos. A ajuda, para quem está na zona de Lisboa, pode ser entregue até 15 de fevereiro na própria embaixada, na Avenida das Descobertas 22, Restelo, 1400-092 Lisboa. Se quiser ajudar a partir do Porto, a embaixada refere que "poderá contactar Zeynep Koca, professora na Universidade do Porto", através do contacto telefónico: +351 910 597 058.

A embaixada disponibiliza ainda uma linha de emergência: +351 93 861 88 05.

As doações vão ser envidas de avião através da Turkish Airlines.

 

 

A Cruz Vermelha Portuguesa também já disponibilizou um NIB de uma conta bancária e um número de telemóvel para MBway. No seu site, a organização refere que "o Crescente Vermelho Turco está no terreno a apoiar as respostas de socorro, mas a dimensão dos danos justificou, por parte do governo Turco, o pedido de assistência internacional".

A Cruz Vermelha Portuguesa está a receber apenas donativos monetários e explica que uma das razões é "porque permite dar resposta rápida e efetiva no terreno".

 

 

A UNICEF, Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância, está focada em mobilizar ajuda para a Síria garantindo o acesso à água, saneamento e higiene, serviços de proteção infantil, nutrição e educação e está, igualmente, a aceitar doações. A UNICEF pretende também ajudar crianças a encontrar as famílias.

 

 

As equipas da AMI (Assistência Médica Internacional) e da Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão a desenvolver na Turquia, mas sobretudo na Síria, operações de ajuda às vítimas dos sismos de segunda-feira, avançaram hoje as duas organizações.

Segundo o presidente da AMI Portugal, Fernando Nobre, a preocupação principal da organização é com as populações do norte da Síria, "onde vivem mais de 10 milhões de deslocados" e onde se regista um conflito interno há mais de uma década.

"Entendo que o Governo turco tem recursos que são suficientes para fazer face à tragédia" causada pelo terramoto de segunda-feira, que alcançou uma magnitude de 7,8 na escala de Richter, e pelas réplicas, disse à Lusa Fernando Nobre.

Sublinhando que a AMI "quer fazer uma intervenção útil", defendeu que "mais vale concentrar os esforços no norte da Síria", onde já se vive "um drama esquecido", adiantou Fernando Nobre, admitindo que a sua principal preocupação são as crianças.

"Nestes momentos há sempre [crianças] que desaparecem e entram em circuitos onde nunca deviam estar", disse.

O responsável explicou ainda que a operação será feita através de um parceiro local da AMI com quem a organização já trabalha na ajuda aos deslocados sírios.

"O nosso parceiro tem cerca de 40 médicos no terreno, vai-nos dizer se é necessário mais", avançou o presidente AMI Portugal, adiantando que, para já, está preparado o envio de abrigos "para ajudar a passar o resto do inverno", cobertores, alimentos e água.

Um apoio que, segundo Fernando Nobre, será promovido inicialmente com 200 mil euros das reservas próprias da AMI, mas que depois deverá ser complementado "com um apelo à ajuda dos portugueses em geral".

Também no caso da MSF, o apoio está a ser dado através das equipas e parceiros locais, como adiantou a organização em comunicado, sublinhando que os médicos estão a trabalhar sem parar.

"As instalações de saúde estão sobrecarregadas e o pessoal médico no norte da Síria está a trabalhar sem parar para responder ao grande número de feridos que chegam às instalações", adiantou a MSF, referindo que, desde as primeiras horas, já tratou cerca de 200 feridos e recebeu 160 vítimas nas instalações e clínicas que administra ou apoia no norte de Idlib, na Síria. 

"As nossas ambulâncias também foram acionadas para atender a população", referiu, lamentando a morte de um dos funcionários da organização, sob os escombros da sua casa em Idlib.

 

 

"Estamos muito chocados e tristes com o impacto deste desastre nos milhares de pessoas afetadas, incluindo os nossos colegas e as suas famílias", afirmou o líder da missão da MSF na Síria, Sebastien Gay.

A organização adiantou ainda ter fornecido apoio imediato a 23 centros de saúde nas províncias de Idlib e Aleppo, doando recursos médicos de emergência e apoiando-os com equipas médicas, além de ter doado cobertores e 'kits' essenciais de vida para as populações deslocadas do noroeste da Síria. 

"O nível de danos na região causou a destruição de centenas de casas, deixando milhares de desalojados", contou a MSF, adiantando que, apesar de estar a nevar há pelo menos três dias, a população mantém-se na rua com medo de novos tremores de terra.

"As necessidades são muito altas no noroeste da Síria, pois este terremoto adiciona uma camada de drama à já sentida pelas populações vulneráveis há muitos anos em guerra", acrescentou Sebastien Gay. 

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