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10 março 2023
07:00
Gonçalo Palma

Os Óscares deste ano em números

Os Óscares deste ano em números
Chris Pizzello (Invision/Associated Press) - arquivo de 2016
John Williams pode tornar-se o oscarizado mais velho de sempre. Steven Spielberg pode vir a acrescentar mais três Óscares aos outros três que já venceu.

É já neste domingo, dia 12, a 95ª cerimónia dos Academy Awards, popularmente conhecidos como os Óscares, que premeiam o melhor da criação cinematográfica do ano anterior. A entrega dos prémios mais famosos da sétima arte decorre no Dolby Theatre, em Los Angeles.

Aproveitamos para fazer o levantamento de alguns números e de alguns feitos que poderão acontecer. E em termos de números e feitos, as atenções vão para o compositor John Williams, que é o nomeado mais idoso de sempre para um Óscar, podendo tornar-se no oscarizado mais velho da história, com 91 anos. Se isso acontecer, bate James Ivory - no Melhor Argumento Adaptado - e Ann Roth - no Melhor Guarda-Roupa - ambos vencedores das célebres estatuetas aos 89 anos. John Williams está nomeado na categoria de Melhor Banda Sonora Original, que já venceu por cinco vezes, através das suas partituras para os filmes "Um Violino no Telhado" (em 1972), "O Tubarão" (em 1976), "Star Wars" (em 1978), "E.T. O Extraterrestre" (em 1983) e "A Lista de Schindler" (em 1994). Aquela que é já a 53ª nomeação da sua carreira deve-se ao seu trabalho musical para o filme "Os Fabelmans".

  
É precisamente o realizador da ficção biográfica "Os Fabelmans", Steven Spielberg, com quem John Williams trabalha há quase 50 anos, que pode lançar a mão a mais três Óscares, para fazer companhia lá em casa ao outro trio de bonecos dourados arrumados na prateleira. Como um faz-tudo, nas competências de produtor, realizador e guionista, Steven Spielberg pode vir a fazer lindíssimos discursos se vencer os Óscares de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original.

 

Mas há mais candidatos a repetentes nesta coisa de lançar a mão às estatuetas douradas da indústria cinematográfica de Hollywood. Cineasta habituado a grandes proezas técnicas, o canadiano James Cameron pode vir a ganhar o quarto Óscar do seu percurso artístico e o segundo na qualidade de produtor, se o seu sucesso "Avatar: O Caminho da Água" for distinguido com o Óscar de Melhor Filme. Também a atriz Frances McDormand pode levantar o seu quarto Óscar, o segundo na qualidade de produtora, pelo filme "Women Talking". Cate Blanchet pode vir a vencer o seu terceiro Óscar, o segundo na qualidade de Melhor Atriz Principal, pelo seu impressionante e austero papel de maestrina em "Tár". A estilista inglesa Jenny Beavan pode vir a ganhar pelo segundo ano consecutivo o Óscar de Melhor Guarda Roupa. Depois do Academy Award do ano passado pelo filme "Cruella", pode levantar o boneco dourado este ano, por via do seu trabalho de costura no filme "Mrs. Harris Goes to Paris".

 

Há possíveis estreantes a levantar o Óscar, como o caso paradigmático de Tom Cruise, na qualidade de produtor de "Top Gun: Maverick", nomeado para Melhor Filme - mas tal hipótese parece muito improvável. Tal como Steven Spielberg, Todd Field está nomeado pessoalmente em três categorias, por "Tár", nas categorias de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original. Também Martin McDonagh,através d'"Os Espíritos de Inisherin", está indicado em três categorias diferentes, e também ele tem estado no lugar de derrotado em cerimónias dos Óscares anteriores. Outra crónica derrotada é Michelle Williams, nomeada pela quinta vez, a terceira como Melhor Atriz Principal. Mas pode vir a ter sua primeira vez. Pode igualmente acontecer pela primeira vez um filme belga ou um filme da Irlanda vencerem o Óscar de Melhor Filme Internacional [categoria até há poucos anos designada como Melhor Filme em Língua Estrangeira], respetivamente "Close" de Lukas Dhont e e "The Quiet Girl" de Colm Bairéad.

 

A ficha de candidatas na categoria de Melhor Atriz Secundária está preenchida por cinco estreantes nas indicações nesse Óscar, incluindo a veterana Jamie Lee Curtis, chamada à cerimónia pelo seu desempenho no filme "Everything Everywhere All at Once" [Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo]. Os Son Lux, apesar de estarem longe de serem os favoritos, poderão tornar-se no primeiro agrupamento a receber o Óscar de Melhor Banda Sonora Original. Diane Warren corre o risco de agravar o seu recorde de maior número de nomeações sem uma única estatueta na categoria de Melhor Canção Original. Candidata pelo tema 'Applause', para o filme "Tell It Like a Woman", Diane Warren já vai na sua 14ª nomeação. Mas se ganhar, será o seu primeiro Óscar competitivo - porque o Óscar honorário [desdenhado como prémio de consolação] na noite de domingo para segunda já ninguém o tira. E depois não há como ignorar o nosso representante luso. Nomeado para a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação, "Ice Merchants", de João Gonzalez, pode tornar-se no primeiro filme português a vencer um Óscar.

 

Terminamos este levantamento de números com outros dois factos curiosos. Judd Hirsch, nomeado para o Óscar de Melhor Ator Secundário, vive o maior interregno de sempre entre nomeações, 42 anos, entre "Gente Vulgar" (de 1980) e "Os Fabelmans" (de 2022). E cada filme nomeado nesta cerimónia para Melhor Argumento Original tem o próprio realizador indicado.

À hora portuguesa, a cerimónia dos Óscares arranca à 1h da madrugada de domingo para segunda-feira e é transmitida em direto pela RTP1.
 

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