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17 março 2023
11:09
Redação

Roger Waters quer processar os responsáveis pelo cancelamento dos concertos na Alemanha

Roger Waters quer processar os responsáveis pelo cancelamento dos concertos na Alemanha
Associated Press
"Os direitos humanos e a liberdade de expressão para todos têm de prevalecer", escreveu nas redes sociais. Waters atua mais logo na Altice Arena.

Roger Waters, que está em Portugal para dar dois concertos na Altice Arena, está a ameaçar os responsáveis que cancelaram alguns concertos em solo alemão no âmbito da fatia da digressão "This Is Not a Drill", que arranca hoje, 17 de março, em Lisboa. 

No final do mês de fevereiro, as entidades oficiais do estado de Hesse e da cidade de Frankfurt, Alemanha, impuseram a proibição do concerto de Roger Waters no Festhalle (uma das grandes salas de espetáculos de Frankfurt), que estava marcado para o dia 28 de maio, com base na acusação de antissemitismo "aparente" ao músico britânico, que se destacou como o principal criativo dos Pink Floyd.  

O comunicado das entidades alemãs justificou a decisão com aquilo a que apelidou de várias ações hostis de Roger Waters para com o Estado de Israel, entre as quais os seus apelos a outros músicos de boicote de concertos no país judaico, ou a comparação que fez das políticas de Jerusalém com o regime racista sul-africano do Apartheid, com base da atuação das forças israelitas contra os palestinianos.

Segundo avançou ontem o jornal The Guardian, o apelo ao cancelamento do espetáculo do artista inglês também foi feito por determinados partidos da Câmara Municipal de Munique, onde Rogers é suposto atuar a 21 de maio. O mesmo acontece na cidade de Colónia - sendo que neste caso os responsáveis pela sala onde vai ter lugar o concerto recusaram o cancelamento, alegando "não haver uma base legal" para essa tomada de posição.

Ontem, 16 de março, o músico britânico usou as redes sociais para anunciar que vai tomar medidas legais contra a "política de cancelamento", sublinhando que já acionou a equipa de advogados para agir legalmente. 

"Os meus advogados estão a tomar medidas para garantir que os meus concertos em Munique e Frankfurt, agendados para maio de 2023, aconteçam conforme planeado", começa por escrever Waters no comunicado que publicou nas contas oficiais.

"Os direitos humanos e a liberdade de expressão para todos devem prevalecer sob a lei alemã. É por isso que estou a assumir esta posição. Para garantir que a vontade de alguns não me impeça de atuar em Frankfurt e Munique", refere o músico e ativista. "Estou a dar um passo sem precedentes que é o de recorrer à lei para me proteger das ações inconstitucionais de duas autoridades que parecem confiar nas acusações falsas que foram feitas contra mim, ou seja, que sou antissemita. Quero deixar claro, e de uma vez por todas, que não sou antissemita e nada que alguém possa dizer ou publicar vai alterar isso. As minhas opiniões públicas referem-se apenas às políticas e ações do governo israelita e não ao povo de Israel", afirma ainda Waters. 

"O antissemitismo é odioso e racista. Condeno-o da mesma forma que condeno todas as formas de racismo. Não vou insistir no esclarecimento da minha posição. Estou confiante que a verdade e a lei vão prevalecer. As autoridades em causa não vão ser bem-sucedidas a negar o básico em matéria de direitos humanos". 

Também a Comunidade Israelita de Lisboa manifestou "profundo desagrado" com a passagem de Roger Waters por Portugal. Num comunicado divulgado no início de março, a Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) "torna público o seu profundo desagrado com a vinda do músico a Portugal, um país que tem sabido evitar dar palco ao extremismo e ao discurso de ódio".

Roger Waters, um dos fundadores dos Pink Floyd, abre a etapa europeia da digressão mundial "This Is Not A Drill" mais logo na maior sala de Lisboa. Amanhã, o músico volta a atuar na mesma sala.
 

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