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21 março 2023
16:15
Redação

Nomes como Eric Clapton, Nick Mason ou Peter Gabriel assinam petição contra cancelamento de Roger Waters

Nomes como Eric Clapton, Nick Mason ou Peter Gabriel assinam petição contra cancelamento de Roger Waters
Kate Izor (cortesia Sony Music)
"As entidades na Alemanha, os organizadores dos concertos e as plataformas de música não podem ceder à pressão de grupos ou pessoas que preferem remover a música de Waters em vez de estarem envolvidos com as questões que a música levanta", lê-se no documento.

uma petição que está a reunir uma série de figuras públicas e organizações que quiseram sair em defesa de Roger Waters em relação ao cancelamento do concerto que o britânico ia dar a 28 de maio em  Frankfurt, na Alemanha, no âmbito da digressão "This Is Not a Drill", que passou há poucos dias pela Altice Arena, em Lisboa.

No final do mês de fevereiro, as entidades oficiais do estado de Hesse e da cidade alemã de Frankfurt impuseram a proibição do concerto do artista inglês no Festhalle (uma das grandes salas de espetáculos de Frankfurt), com base na acusação de antissemitismo "aparente" ao músico britânico.
 
O comunicado das entidades alemãs justificou a decisão com aquilo a que apelidou de várias ações hostis de Roger Waters para com o Estado de Israel, entre as quais os seus apelos a outros músicos de boicote de concertos no país judaico ou a comparação que fez das políticas de Jerusalém com o regime racista sul-africano do Apartheid, com base da atuação das forças israelitas contra os palestinianos.

A decisão de cancelar o espetáculo levou à criação de uma petição que já foi assinada por nomes como os músicos Eric Clapton, Brian Eno, Peter Gabriel, Anwar Hadid, Tom Morello, Nick Mason (baterista dos Pink Floyd), a atriz Susan Sarandon, o ativista Cornel West, o linguista, filósofo, sociólogo e ativista político Noam Chomsky ou a organização Jewish Voice For Peace [Voz dos Judeus para a Paz].

A petição está disponível na plataforma Change.org e até ao momento angariou cerca de 12 mil assinaturas. 

"Nós, artistas, músicos, escritores, outras figuras públicas e organizações estamos profundamente perturbados com os recentes esforços das entidades alemãs para descredibilizar e tentar silenciar o músico Roger Waters", começa por dizer a petição.

"As entidades na Alemanha, os organizadores dos concertos e as plataformas de música não podem ceder à pressão de grupos ou individualidades que preferem remover a música de Waters do que estarem envolvidos com as questões que a música levanta. Pedimos a quem cancelou o concerto de Waters que reverta a decisão e que pense na sua própria história de antissemetismo, racismo e genocídio e em formas de travar situações dessas nos dias de hoje, em algumas partes do mundo, incluindo a Palestina ocupada". 

Segundo avançou, há alguns dias, o jornal The Guardian, o apelo ao cancelamento do espetáculo do artista inglês também foi feito por determinados partidos da Câmara Municipal de Munique, onde Rogers é suposto atuar a 21 de maio. O mesmo aconteceu na cidade de Colónia - sendo que neste caso os responsáveis pela sala onde vai ter lugar o concerto recusaram o cancelamento, alegando "não haver uma base legal" para essa tomada de posição.

A 16 de março, o músico britânico usou as redes sociais para anunciar que vai tomar medidas legais contra a "política de cancelamento", sublinhando que já acionou a equipa de advogados para agir legalmente. "Os meus advogados estão a tomar medidas para garantir que os meus concertos em Munique e Frankfurt, agendados para maio de 2023, aconteçam conforme planeado", começa por escrever Waters no comunicado que publicou nas contas oficiais.

"Os direitos humanos e a liberdade de expressão para todos devem prevalecer sob a lei alemã. É por isso que estou a assumir esta posição. Para garantir que a vontade de alguns não me impeça de atuar em Frankfurt e Munique", refere o músico e ativista. "Estou a dar um passo sem precedentes que é o de recorrer à lei para me proteger das ações inconstitucionais de duas autoridades que parecem confiar nas acusações falsas que foram feitas contra mim, ou seja, que sou antissemita. Quero deixar claro, e de uma vez por todas, que não sou antissemita e nada que alguém possa dizer ou publicar vai alterar isso. As minhas opiniões públicas referem-se apenas às políticas e ações do governo israelita e não ao povo de Israel", afirma ainda Waters. 

"O antissemitismo é odioso e racista. Condeno-o da mesma forma que condeno todas as formas de racismo. Não vou insistir no esclarecimento da minha posição. Estou confiante que a verdade e a lei vão prevalecer. As autoridades em causa não vão ser bem-sucedidas a negar o básico em matéria de direitos humanos", acrescentou o músico.
 

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