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05 dezembro 2018
15:46
Agência Lusa

Brasil: mais de 15 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza em 2017

Brasil: mais de 15 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza em 2017
São consideradas abaixo da linha de pobreza as pessoas com rendimento de até 1,3 euros por dia.

No Brasil, 15,2 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza em 2017, divulgou hoje um estudo divulgado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento usou como base de cálculo a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até 1,9 dólares ou 1,3 euros por dia) e verificou que a população brasileira abaixo da linha da pobreza saltou de 6,6% em 2016 para 7,4% em 2017.

O contingente de pessoas pobres no Brasil segundo o Banco mundial, ou seja, com rendimento de até 5,5 dólares ou 4,8 euros por dia, passou de 25,7% da população em 2016 para 26,5%, em 2017.

Em números absolutos, esse contingente variou de 52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas, naquele período.

O rendimento médio mensal domiciliar per capita no país que no ano passado ficou em 1 511 reais (cerca de 340 euros).

A pesquisa também verificou outros aspetos da vida dos brasileiros como a inserção no mercado de trabalho, uma das áreas mais afetadas pela crise económica que derrubou o Produto Interno Bruto (PIB) do país em mais de 7% nos anos de 2015 e 2016.

"A taxa de desocupação era de 6,9% em 2014 e subiu para 12,5% em 2017. Isso equivale a 6,2 milhões de pessoas desocupadas a mais entre 2014 e 2017. Nesse período, a desocupação cresceu em todas as regiões e em todos os grupos etários", frisou o IBGE.

Segundo o levantamento, o trabalho informal (sem contrato de trabalho) alcançou 37,3 milhões de pessoas, o que representava 40,8% da população ocupada, ou dois em cada cinco trabalhadores do país.

"Esse contingente aumentou em 1,2 milhões desde 2014, quando representava 39,1% da população ocupada", acrescentou a pesquisa.

Na análise sobre o sistema laboral, também foi detetado que os trabalhadores brancos ganharam, em média 2 615 reais (595 euros), valor 72,5% maior que os negros ou mulatos, que receberam 1 516 reais (344 euros).

Entre os negros ou mulatos, 13,6% estavam entre os 10% da população com os menores rendimentos.

No outro extremo, porém, apenas 4,7% deles estavam entre os 10% com maiores rendimentos no Brasil.

Por faixa de rendimento, os negros ou pardos representavam, em 2017, 75,2% das pessoas com os 10% menores rendimentos, contra 75,4% em 2016, indicou o levantamento.

A análise destacou ainda que 13% da população brasileira, ou 27 milhões de pessoas, viviam em domicílios inadequados.

Um dado positivo detetado no estudo foi verificado no setor educacional, onde a proporção de matrículas por cotas no ensino superior público triplicou nos últimos 7 anos (2009 a 2016), quando esse percentual subiu de 1,5% para 5,2%. 

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