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Álbum da Semana

Jonah, the Whale - Fritz Kahn and The Miracles

Um EP que reúne 8 canções que foram cuidadosamente compostas durante 2 anos

“Jonah, the Whale” é o EP de estreia de Fritz Kahn and The Miracles tem oito canções, talhadas ao longo dos últimos dois anos nos Estúdios Namouche e Atlântico Blue Estúdios, com a presença de alguns dos melhores músicos nacionais como é o caso do Tiago Machado ou Mário Delgado.
O nome é uma referência histórica à lenda de Jonas e a Baleia. Jonas seguia num navio em alto mar, quando é acusado pela tripulação de ser a causa de uma fortíssima tempestade. Jonas aceita a culpa, e é atirado borda fora.  Quando se debatia nas fortes vagas, prestes a morrer, é engolido por uma baleia, no estômago da qual passa três dias e três noites, até ser expelido numa praia deserta. No fundo, este EP quer passar a mensagem de que como a música é um veículo de salvação, emocional, espiritual e mesmo física. 
Simbolicamente falando, a Baleia representa também todo o mistério do fundo do mar, das profundezas espirituais, donde terá surgido a inspiração para este trabalho, depois de uma longa ausência do compositor. A baleia representa também o regresso a casa, ao Entroncamento, depois de uma vida intensa em Lisboa, regresso esse feliz já que Fritz Kahn foi recebido como filho pródigo. O álbum reflete as profundas mudanças na vida do compositor, estando distante na sonoridade das suas primeiras canções, sendo que a inocência dos primeiros temas foi substituída por um som mais maduro, melancólico e sentido, assumindo por vezes formas épicas graças às excelentes orquestrações de Tiago Machado.


Sobre Fritz Khan:
Fritz Kahn, pseudónimo de Gonçalo Serras, nasceu em 1976 e começou a sua carreira musical bem cedo. Lembra-se do som mágico da primeira tecla de piano que alguma vez tocou, que terá sido um si bemol. O deslumbre e o encantamento provocado acompanharam-no ao longo da vida, tentando reproduzir esse achamento do som nas suas composições musicais, quantas vezes sem sucesso.
Determinado q.b., iniciou os seus estudos musicais no conservatório regional de Tomar, sob orientação do prof. João Paulo Janeiro, professor que detestou e que o levaria a sair do dito conservatório, sem lhe conseguir apagar a chama pela música. Optou então por ser autodidata e foi então que aprendeu a guitarra, a harmónica e algumas noções de ritmo em jambés emprestados no parque de Campismo de Castelo de Bode, onde tomou banho ao luar como veio ao mundo. Consciente das suas limitações, por volta dos 23 anos, procurou com afinco a liberdade do ensino jazz no Hot Club de Portugal, onde teve porventura os melhores três anos da sua carreira musical, tocando covers nos melhores bares da capital, ao mesmo tempo que o seu projeto de originais “Fritz Kahn and The Miracles” – o único a que alguma vez foi fiel – ia de vento em popa.
Muito a propósito, o nome com que batizou o projeto (Fritz Kahn) refere-se ao médico judeu alemão que escreveu muitos livros famosos sobre o corpo humano, numa lógica industrial: Fritz Kahn via os seres humanos como máquinas. Exatamente o contrário de Gonçalo Serras, que vê nessa contradição uma fina ironia que depois transparece nas letras das suas canções.
Foi em 2006 que foi menção honrosa no International Songwriting Competition. Um concurso, internacional - como o próprio nome indica - e que nesse ano teve a participação de 15.000 concorrentes de todo o mundo. Foi o primeiro português a chegar tão longe na competição. Tocou ainda no Super Bock Super Rock, TMN Garage Sessions, Termómetro Unplugged, Casa da Música no Porto, entre muitos outros palcos, numa altura em que a sonoridade de Fritz Kahn and The Miracles se aproximava perigosamente do folk e do rock. Com a frequência no Hot Club de Portugal, orientado por extraordinários professores como Filipe Melo, Rui Cardoso, ou Joana Rios, o som mudou. Tornou-se mais jazzístico, e portanto, mais melancólico, e profundo, procurando que cada nota fizesse sentido – tal como da primeira vez em que tocou piano. A sonoridade de hoje é fruto de um longo percurso de descoberta pessoal, uma odisseia de retorno às origens.
Editou apenas um álbum, em 2003, batizado com o nome da própria banda chamado “Fritz Kahn and The Miracles”, álbum que nunca foi um sucesso mas cujos 1000 exemplares esgotaram, sendo que alguns ainda podem ser encontrados no OLX à venda. O álbum que se segue, chamado “Jonah the Whale”, passados que são quase 20 anos, tenta não repetir os erros do passado. Foi feito um investimento considerável em produção e músicos. Os temas demoraram dois anos a compor, e foram cuidadosamente selecionados. O Tiago Machado, orquestrador e produtor, entrou em cena, para transformar as músicas de Fritz Kahn and The Miracles em algo de verdadeiramente especial. Música com história, mas não velha. Música com sentido, mas não chata. Música que podia ser a banda sonora da vida do autor. E quem sabe, talvez seja mesmo, já não à procura das noites loucas de Lisboa e da euforia do sucesso, mas da paz e da tranquilidade da sua casa no Entroncamento, onde reside atualmente, tendo apenas o atrevimento de buscar reconhecimento para as suas canções e para a sua obra.

1. Tomorrow never ends
2. Rita
3. Believe
4. You are so beautiful to me
5. Hold my Wings
6. Love Song no. 5
7. Confession
8. Till the end